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O real e o imaginário dos Alebrijes de Oaxaca

17 de dezembro de 2015

Diz a lenda que só seres de outro mundo seriam capazes de espantar os mais terríveis pesadelos. Por isso, criaturas míticas e as vezes assombrosas, que ganharam o nome de Alebrijes de Oaxaca no século XX, tomam forma nas mãos dos artesãos oaxaquenhos para cumprirem seu papel de protetores de sonhos e trazerem sorte.

As peças de artesanato, esculpidas e pintadas à mão, representam animais imaginários e muito coloridos. Não há limite para a imaginação: de uma cobra com cabeça de dragão, um duende com asas e quatro olhos ou um gato de chifres, tudo é permitido nesse universo.

Foto Divulgação

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Mas a verdade é que esses “monstros” são verdadeiras obras de arte e acabam inspirando mais ternura do que horror. Saiba que ao comprar ou receber um Alebrije, além de contribuir para a manutenção das tradicionais famílias artesãs da região de Oaxaca, você terá em mãos uma peça única e exclusiva.

Origem

Os Alebrijes receberam esse nome em 1936 por causa de Pedro Linares López. O artista que vivia na Cidade do México sofreu de uma doença que o deixou à beira da morte. Muito doente, teve fortes alucinações que o fizeram imaginar estar em um bosque onde viu seres surreais e esses o acompanhando no caminho de volta à consciência. No percurso escutava as criaturas gritando “Alebrijes!” “Alebrijes!”. O nome em si não tem significado nenhum, mas devido ao sonho suas obras em papel cartão representando esses seres de outro mundo ganharam a exótica nomenclatura.

Mas a história do artesanato em madeira desses animais é de longa data. Eles começaram a ser esculpidos pelos Zapotecas mais ou menos 200 anos d. C na pitoresca cidade de Oaxaca.  Acreditavam que a peça atraía sorte, além de usarem para fins religiosos e armadilhas de caça. As crianças também recebiam como presentes para brincarem, tradição que continua até hoje.

As figuras em madeira não tinham um nome específico e, por isso, com o tempo se adotou o nome “Alebrijes de Oaxaca” tendo como referência o caso e as obras de Pedro Linares. Estima-se que atualmente haja mais de 150 famílias que vivam do ofício na região, principalmente nos povoados de San Martin Tilcajete, San Antonio Arrazola e La Unión Tejalapam.

Foto Divulgação

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Técnica

Conhecimento passado de geração em geração, é preciso muito talento e habilidade para fazer uma peça. Começa-se esculpindo a madeira, depois há o preparo para a pintura e então inicia-se a coloração com criatividade e cuidado. Todo o processo pode levar de um dia, a meses e até um ano para ficar pronto, tudo dependendo do porte da peça.

A madeira utilizada é o copal, árvore sagrada dos Zapotecas. Uma vez esculpida a figura, é mergulhada em gasolina para afastar os cupins. Depois de seco, alguns artesãos ainda aplicam uma tintura natural: a casca do copal é deixado no sol para depois poder virar um pó e a isso se agrega ingredientes como suco de limão para alcançar uma tonalidade amarela, bicarbonato para vermelho, mel para brilho e assim por diante.

 

Texto por: Agência com edição Cláudio Lacerda Oliva

Foto destaque: Divulgação

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