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Descubra as catacumbas de Roma

27 de maio de 2021

Dentre os milhões de turistas que vão à Itália querendo conhecer o centro do Cristianismo, são muitos que fazem questão de visitar as Catacumbas da Cidade Eterna, locais de descanso final dos primeiros seguidores de Cristo. O itinerário preferido e mais visitado dentre os vários hipogeus italianos é o de San Callisto.

As Catacumbas de San Callisto estão localizadas em Roma, em meio à esplêndida e bucólica paisagem da Appia Antica (Antiga Via Ápia).

Construídas entre 250 e 300 d.C., as Catacumbas de São Calisto guardam os túmulos de 500.000 cristãos, incluindo dezenas de mártires e 16 pontífices.

Essas galerias ocupam um total de 15 hectares e contam com quase 20 quilômetros de passagens subterrâneas com 20 metros de profundidade. Às vezes, elas se ramificam em cinco níveis, alinhados com alcovas escavadas de duas ou três fileiras de altura.unnamed-2021-05-27t121359-808

HISTÓRIA

No século 1 d.C., várias famílias romanas pobres (tanto cristãs quanto pagãs) começaram a enterrar seus mortos nessas cavernas de rocha de lava na Appia Antica.

No final do século II, o Imperador Cômodo, tolerante com os cristãos e influenciado pelos pedidos de sua amante cristã Márcia libertou membros da Igreja que haviam sido condenados a trabalhos forçados nas minas. Entre esses cristãos estava Calisto, um escravo acusado de fraude e luta dentro de uma sinagoga. Em 199, o Papa Zeferino, considerando Calisto um homem de grande talento, nomeou-o diácono e guardião da Igreja Romana.

No século III, ele se tornou Papa e foi proclamado santo após sua morte (embora seu martírio não esteja oficialmente documentado). Calisto reivindicou o título do cemitério agora nomeado em sua homenagem, embora ele não seja um dos papas enterrados lá hoje.

Nos anos seguintes, o Papa Dâmaso I conseguiu convencer o Imperador Teodósio a reconhecer o Cristianismo como religião do Estado. Dâmaso então decidiu restaurar essas catacumbas para demonstrar que a glória de Roma era cristã e não pagã.unnamed-2021-05-27t121403-306

O TOUR

Nos níveis superiores do complexo (acima do solo), duas pequenas basílicas são visíveis. Cada uma delas contém três absides (“Tricore”). É na parte oriental onde provavelmente foram sepultados São Zeferino e o jovem mártir da Eucaristia, São Tarcísio.

A cripta papal é a área mais importante do local. Chamado de “Pequeno Vaticano”, preserva os restos mortais de pelo menos cinco papas martirizados e beatificados entre 230 e 283.

Também interessante é a Cripta de Santa Cecília, outra mártir muito famosa que foi venerada por pelo menos cinco séculos. Ela foi enterrada onde hoje podemos ver a impressionante obra-prima escultural de Stefano Maderno, que a criou logo após a descoberta do sarcófago contendo a santa mártir. No ano de 821, as relíquias de Santa Cecília foram transferidas para a Basílica a ela dedicada, em Trastevere.

A cripta foi toda decorada com afrescos e mosaicos – um dos afrescos, ao lado da estátua da Santa, retrata Cecília rezando – e na parede da claraboia pode-se admirar a representação de três mártires: Santos Policarpo, Sebastiano e Quirino.

No final da visita à Cripta, atravessamos uma galeria proeminente repleta de alcovas funerárias e chegamos a uma câmara com cinco salas denominadas “Cubículos dos Sacramentos”: tumbas familiares pintadas com afrescos do início do século III d.C. Aqui, os sacramentos do Batismo e da Eucaristia são representados simbolicamente; um desses símbolos é o profeta Jonas, representando a Ressurreição.

Santa Cecília (a história e a lenda)

De uma família nobre romana, Cecilia converteu seu marido Valeriano ao cristianismo. Tendo se recusado a oferecer sacrifícios a ídolos, ele foi martirizado enquanto Cecilia foi condenada à morte por asfixia nos banhos de vapor de sua própria casa em Trastevere. Conseguiu sobreviver vários dias, período em que cantava continuamente hinos: daí o motivo pelo qual se tornou a padroeira da música. Ela foi então decapitada (após três tentativas falhas). Diz-se que ela continuou a realizar conversões até o último momento de sua morte.

Texto por: Agência com edição Eliria Buso

Fotos: RTEmagic

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