O mundo passa por constantes mudanças econômicas, climáticas e ecológicas. Em meio a tantas transformações, alguns pontos turísticos famosos correm o risco de desaparecer ou, pelo menos, perder a cara que eles têm hoje. Pensando nisso, o Skyscanner, buscador de viagens mundial, organizou uma lista com oito lugares para se visitar antes que acabem ou mudem:
Templos de Bagan – Mianmar
Os Templos de Bagan, em Mianmar (antiga Birmânia), são conhecidos mundialmente pelos centenários pagodes budistas construídos entre os séculos X e XIV. Passeios de balão que sobrevoam a área são comuns para apreciar ao máximo essa composição que une religião, história e natureza. Infelizmente, em agosto de 2016, mais de 60 templos da região foram danificados por um terremoto de magnitude 6,8 que deixou três mortos no país e chegou a ser sentido na Tailândia. Devido à idade dos pagodes e a localização geográfica do país (próximo às extremidades da placa tectônica indiana), os Templos de Bagan estão em vulnerabilidade e correm o risco de desmoronar ao longo dos anos.
Ilhas Maldivas
O conjunto de ilhas é referência para um estilo de hotel que se multiplicou nos últimos anos: bangalôs de luxo sobre águas cristalinas. Mas o motivo de sua beleza talvez também seja o seu fim. Entre as mais de mil ilhas, 80% delas estão apenas a um metro acima do nível do mar. Devido ao aquecimento global e ao decorrente aumento do nível do mar, estima-se que as Maldivas possam desaparecer nos próximos 100 anos. Na mesma situação está Tuvalu, um estado da Polinésia formado por mais de 30 pequenas ilhas.
Ha Long Bay – Vietnã
A Baía de Ha Long é uma visão incrível: são mais de 1.600 ilhotas cobertas de vegetação e, a maioria, sem formações de praia. Há muitos anos já se percebem mudanças ecológicas na região devido às vilas de pescadores sobre as águas, à pesca em grandes proporções e, é claro, ao turismo sem controle. Para barrar a deterioração desse patrimônio mundial da UNESCO, algumas medidas vêm sendo tomadas pelo governo vietnamita. Apesar de diminuir a quantidade de turistas e barcos admitidos por dia, moradores locais reclamam que pouco foi feito em relação ao transporte de carvão pela baía, um dos maiores poluidores das águas.
Veneza – Itália
Uma das cidades mais românticas e turísticas do mundo corre risco de desaparecer. Construída ainda no século X, Veneza vem afundando lentamente nas últimas décadas devido ao processo natural de deslizamento dos sedimentos da lagoa sobre a qual foi posicionada. Essa situação, que não é grande novidade, tem sido agravada nos últimos anos em decorrência do aumento do nível do mar. Estima-se que até o final do século XXI grande parte das ilhas que formam a cidade estará debaixo da água.
Machu Picchu – Peru
A cidade perdida dos Incas é uma das importantes relíquias desse enorme império pré-colombiano. O conjunto de construções, datados da segunda metade do século XIV, apresenta praças, santuários, fontes, torres, tumbas e residências, tudo em meio às montanhas verdes da cordilheira peruana. Uma das sete maravilhas do mundo moderno, o sítio arqueológico corre risco de desabar devido à localização geográfica (a 2.400m de altitude), à idade das construções e às décadas de turismo desregrado. Por isso, estipulou-se um limite de 2.500 visitantes por dia e todos os cuidados devem ser tomados para não degradar ainda mais esse patrimônio mundial.
Floresta Amazônica
Localizada em nove países da América do Sul, já faz tempo que a maior floresta tropical do mundo corre sérios perigos. Devido à economia substancialmente agrícola do Brasil, onde está sua maior extensão, milhares de quilômetros de mata têm sido derrubados para dar lugar a plantações e criação de gado – estima-se que 22.392 km² de floresta sejam perdidos por ano. Outro quesito importante ligado à preservação da Amazônia é proteger o povo indígena. Entre os 180 povos que ainda vivem na região, a maioria não passa dos mil representantes.
Grande Barreira de Corais – Austrália
Muitos cientistas consideram a Grande Barreira de Corais o maior organismo vivo do planeta – são mais de 2.300 km de comprimento, visíveis até do espaço. As águas azuis cristalinas são moradia de milhares de espécies marinhas que se dividem entre os mais de 2.900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral. Já faz anos que o governo australiano vem notando e tentando frear a deterioração do local e até mesmo turistas podem perceber a diferença: as cores intensas dos corais estão se apagando. Essas mudanças são decorrentes da elevação na temperatura e da poluição dos oceanos; alguns estudos apontam que a barreira pode deixar de existir nos próximos 100 anos.
Muralha da China
Uma das mais impressionantes construções da história da humanidade, a Muralha da China começou a ser erguida em 200 a.C. durante a China Imperial. Além da erosão natural causada pelo vento, os quase nove mil quilômetros de extensão tornam o monitoramento extremamente difícil, fazendo de seu maior atributo, uma dificuldade. Sem a possibilidade de fiscalização intensa, o vandalismo e a venda ilegal de tijolos vêm ameaçando a estrutura da muralha.
Texto por: Agência com edição de Patrícia Chemin
Foto destaque por: iStock / Vold77