A Península Balcânica, situada no sudeste europeu, passou muito tempo despercebida pelos turistas brasileiros. Mas essa situação parece estar mudando aos poucos. Tendo por porta de entrada a Croácia (cenário da bem-sucedida série Game of Thrones), o número de brasileiros interessados em conhecer a região só aumenta. E motivos para isso não faltam: a cultura e a gastronomia locais riquíssimas, as belas e diversificadas paisagens, os centros urbanos carregados de história, e, é claro, os valores em conta, sendo possível gastar menos de €50 por dia. Uma viagem aos Bálcãs é uma grande oportunidade de conhecer um verdadeiro caldeirão de culturas – são seis etnias distintas e três religiões predominantes – por um preço camarada.
Quase todos os países possuem moedas bastante desvalorizadas em relação ao euro, o que faz com que os custos com transporte, alimentação e hospedagem sejam muito baratos. A equipe da editora O Viajante selecionou 8 dicas de lugares imperdíveis em oito países que compõe a região. O conteúdo faz parte do box comemorativo do Guia O Viajante Europa, que está em sua 10ª edição, e oferece um acervo completo de informações sobre os 50 países do Velho Continente em três volumes – Europa Mediterrânea, Norte da Europa e Europa Oriental.
Confira abaixo:
Eslovênia
Quase na Europa Central, fazendo fronteira com a Itália, a Eslovênia possui uma das capitais mais charmosas da Europa: Liubliana. Cortada pelo rio Ljubjanica e pelas charmosas pontes que o atravessam, a cidade ainda está livre do turismo massificado e seu clima tranquilo conquista qualquer um. As melhores atrações para os turistas incluem a Ponte Tripla, o Castelo de Liubliana e o Museu Nacional de História Contemporânea.
Mas o verdadeiro destaque é Bled, uma cidadezinha à beira de um lago em cujo centro se encontra uma ilhota com uma igreja. Emoldurando a paisagem estão montanhas verdejantes, numa das quais se encontra um castelo. Pode parecer uma pintura à primeira vista, mas é tudo de verdade.
Vale ainda conhecer Piran, na península da Ístria, dona de um centro histórico com ares venezianos; Maribor, a segunda maior cidade do país (e, ainda sim, um tanto provinciana); as magníficas cavernas de Postojna e Skocjan; e o Castelo de Predjama, que aparenta ter sido esculpido em rochas à beira de um abismo.
Outros destaques são os atrativos naturais, entre os quais se destaca o Parque Nacional Triglav, com suas paisagens dos Alpes Julianas e o lago glacial Bohinj.
Croácia
Cada vez mais popular entre os brasileiros, principalmente pelas belas praias e ilhas banhadas pelo mar Adriático, a Croácia é um dos destinos mais interessantes da Europa. Sua capital, Zagreb, é conhecida por sua arquitetura neoclássica e possui dois pontos de interesse em especial: Gornji Grad, a Cidade Alta, uma espécie de núcleo medieval, e Donji Grad, a parte mais baixa e moderna, com ótimos museus e galerias.
Após uma estadia na capital, vale a pena percorrer os 130 km que separam a capital do Parque Nacional Plitvice, onde os turistas se surpreendem com os belíssimos lagos e cascatas que mudam de cor – os tons variam do azul-turquesa ao verde-esmeralda e do cinza até o azul-profundo.
Mas o verdadeiro destaque da Croácia fica por conta de sua região costeira. Entre as mais de mil ilhas que cercam o litoral croata, estão alguns dos destinos mais procurados pelos viajantes, como Krk e Pag.
Split, dona de uma vibrante energia urbana aliada à típica atmosfera costeira, é ponto de partida para ilhas como Hvar e Korcula. Como se não fosse o suficiente, seu lindo centro histórico guarda o imponente Palácio de Diocleciano.
Dubrovnik apresenta belíssimas praias e um incrível centro histórico, cujas ruas de mármore, vielas de escadarias, prédios barrocos e igrejas antigas são protegidas por uma muralha muito bem preservada.
Bósnia
Um dos maiores charmes de visitar a Bósnia e Herzegovina é conhecer de perto Saravejo, a cidade que sobreviveu aos horrores da guerra entre 1992 e 1995. Capital do país e também do pluralismo étnico, é possível ver múltiplas heranças e correntes religiosas coexistirem hoje em dia.
Mostar, um dos cartões-postais mais famosos do país, é um destino único. Sua icônica ponte, original do século XVI, foi reconstruída após os danos da Guerra da Bósnia, e constitui ponto de visita obrigatório. A 40 km dali, em uma reserva natural ao longo do rio Trebizat, estão as imponentes cachoeiras de Kravice.
Para completar o tour pelas cachoeiras bósnias, o turista deve ir à Bihać, centro urbano próximo à fronteira com a Croácia que têm atraído visitantes à procura de esportes radicais, como rafting e escaladas, com preços acessíveis. Lá está o Parque National Una, que guarda as lindas cachoeiras de Štrbački Buk e Martin Brod.
Sérvia
Depois que a exigência do visto de cidadãos brasileiros para entrar na Sérvia caiu em 2013, não há mais por que não visitá-la. O povo esbanja educação e simpatia e sua capital, Belgrado, possui uma vida cultural e noturna invejável. Como se não bastasse, sua arquitetura eclética varia do forte medieval Kalemegdan à moderna Ponte de Ada.
Novi Sad, capital da província autônoma de Voivodina, está a 75km da capital. A cidade possui um centro histórico encantador, apesar dos intensos bombardeios realizados pela Otan durante a Guerra do Kosovo, que destruíram todas as suas pontes. O destaque fica com a Fortaleza Petrovaradin, construída no século XVIII.
E se engana quem acha que a Sérvia não possui belezas naturais. Os visitantes vão se surpreender com o Parque Nacional Djerdap, que guarda um desfiladeiro do rio Danúbio, em cujas rochas se encontra Golubac, uma fortaleza medieval.
Montenegro
Sua capital, Podgorica, carece de atrativos, mas Montenegro reserva surpresas para os viajantes que desbravam seu interior. O maior potencial turístico do país é o seu litoral escarpado à beira do mar Adriático. Além de belas praias, Budva, o mais popular balneário da região, tem uma charmosa cidadela medieval situada numa península rochosa.
Outro destino imperdível na costa montenegrina é o vilarejo de Kotor, à beira de uma baía cercada por dramáticos fiordes.
Paisagens impressionantes também podem ser encontradas no Parque Nacional Durmitor, que reúne uma impressionante cadeia montanhosa, com os pontos mais altos do país, e diversos lagos glaciais, nos quais desembocam rios populares para a prática de rafting.
Macedônia
O país parece representar uma gradual transição entre os Bálcãs e a mediterrânea Grécia – a influência de ambas as regiões é perceptível. Sua capital, Skopje, tem um quê de monumental: em meio a pontes antigas, mesquitas pitorescas e ruínas dos impérios bizantino e turco, abriga dezenas de estátuas modernas, construídas nos últimos cinco anos como parte de um projeto de revitalização da cidade, que também restaurou diversos prédios públicos.
A Macedônia possui muitos lagos, dentre os quais se destaca o de Ohrid, que margeia a cidade homônima, uma boa mostra do charme macedônico – ostenta fortalezas, igrejas ortodoxas, monastérios e casinhas dispersas sobre morros.
Em Bitola, segundo maior município do país, se encontra o sítio arqueológico de Heraclea, importante cidade helenística fundada por Filipe II, pai de Alexandre, o Grande.
Kosovo
Dos países da extinta Iugoslávia, há ainda o Kosovo, uma região autônoma que se proclamou independente da Sérvia em 2008, o que logo foi reconhecido pela maioria dos países da ONU, mas não por nações como Rússia, China, Espanha e o próprio Brasil. Pristina, sua capital, é interessante por permitir ao viajante desvendar e entender o que foi a Guerra do Kosovo. O país não tem estrutura para turismo e são poucos os seus atrativos.
Algumas cidades no interior oferecem cenários agradáveis, como mesquitas junto a pontes de pedras e vias arborizadas, em Prizren, ou mosteiros ortodoxos em contraste com montanhas ao fundo, em Peja (Péc, em sérvio).
Albânia
O grande charme da Albânia são os vilarejos e povoados entre as belíssimas paisagens de montanha – os Alpes Albaneses cobrem 70% do território do país. É o caso de Berat, com centenas de casinhas brancas que mais parecem sobrepostas umas às outras – não por acaso, é conhecida como a Cidade das Mil Janelas –, e de Gjirokastra, uma impressionante cidade de pedra, coroada por uma fortaleza do século XII. Ambas as cidades, os principais cartões-postais do país, são consideradas Patrimônio Mundial da Unesco. Para além das montanhas, o litoral, em particular entre as cidades de Dhërmi e Kulova, no trecho conhecido como Riviera Albanesa, também impressiona viajantes – alguns até ousam dizer que essa é “a próxima Croácia”. Do balneário de Ksamil é possível até mesmo ver a ilha grega de Corfu e os tons azul-turquesa do mar Jônico.
Por fim, a capital Tirana reúne museus interessantes, emblemas e mosaicos comunistas em fachadas de edifícios públicos e prédios coloridos que tentam amenizar o peso do concreto cinza.
*Todas as informações foram retiradas do box Guia O Viajante Europa – 10º edição
Foto destaque por Fesus Robert Levente via Istock