As principais regiões vinícolas da França têm atrativos que vão desde o enoturismo até patrimônios culturais e mundiais tombados pela Unesco, além de unir a gastronomia única do local com os melhores vinhos do país.
Talvez seja por conta da requintada gastronomia, dos vinhos e dos conjuntos arquitetônicos belíssimos, que carregam muita história e um legado cultural imenso, que a França é um destino tão querido e um sonho de turismo de muitos. E por lá há muito mais além da imponente Torre Eiffel e do Palácio de Versalhes.
Outras regiões do país da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” têm sido cada vez mais procuradas pelos turistas, a fim de descobrir mais roteiros imperdíveis e, claro, se apaixonar ainda mais por esse destino tão especial. Quem curte atrações culturais, alta gastronomia e enoturismo, tudo isso em meio a paisagens deslumbrantes, não pode deixar de visitar a Borgonha, Bordeaux e Champagne.
A França é dividida basicamente em regiões, departamentos e comunas. Para entender um pouquinho melhor, os departamentos podem ser equivalentes ao que chamamos de estados e as comunas seriam as cidades e municípios. As regiões permanecem na mesma.
BORGONHA
A enorme variedade gastronômica, a herança cultural e, é claro, alguns dos vinhos mais famosos do mundo fazem jus à expressão “viver como um cidadão da Borgonha é sinônimo de saber viver”.
A Borgonha é uma região que faz parte do grupo “habitada por muitos”. Por ali, já passaram celtas, romanos e germânicos. Localizada na parte oriental da França, fica a menos de 300 km de Paris.
Côte-d’Or
A Côte-d’Or, ou “Costa de Ouro” no português, é um departamento da França na região da Borgonha, com mais de 700 comunas, tendo como capital a cidade de Dijon. O departamento foi formado durante a Revolução Francesa, em 1790, e hoje é reconhecido pelas belíssimas paisagens compostas por vinhedos, vales, campos, vilarejos medievais e florestas.
Dijon
A capital, Dijon, além de ser porta de entrada para conhecer os melhores vinhos da região, é também um importante centro histórico e cultural do país. Tal valor foi reconhecido em 2008, quando ela foi eleita a “Cidade da Arte e da História” pela Commission Nationale des Villes d’Art et d’Historie. Também é conhecida como a Cidade Internacional da Gastronomia e do Vinho, pois é o primeiro lugar a possuir um projeto cultural em torno da refeição gastronômica dos franceses. Vale notar que, em 2015, os terroirs da Borgonha entraram na lista de Patrimônios Mundiais da UNESCO.
É possível notar a forte relação dos franceses com a gastronomia em cada cantinho da cidade, já que há uma enorme diversidade de boulangeries, pâtisseries, bistrôs, restaurantes, casas e lojas especializadas em vinho e outros locais que vendem iguarias deliciosas, como a famosa mostarda de Dijon.
Além disso, a cidade possui uma variedade de construções góticas e renascentistas que estão bem preservadas até hoje, sendo que muitas estão abertas para visitação.
A igreja Notre-Dame de Dijon é um dos mais antigos edifícios, que data por volta de 1230 e possui uma das fachadas mais bonitas e impactantes da cidade. E é ali que muitos cidadãos e turistas vão para buscar sorte. Em um cantinho da igreja, na esquina da Rue de la Chouette, existe uma pequenina coruja esculpida em pedra, que segundo uma tradição antiga, os que a tocarem com a mão esquerda e fizerem um pedido com certeza o realizarão.
Não existe nenhuma informação de quem a fez, mas a corujinha hoje é o símbolo não oficial da cidade. Os pontos turísticos de Dijon foram marcados com placas de latão com o desenho da coruja e, se você seguir o caminho indicado, pode encontrar uma trilha com vários lugares interessantes.
O Palácio dos Duques de Borgonha é uma das construções mais antigas e o coração do centro de Dijon. O local era ponto de encontro dos duques e símbolo do poder deles, que adquiriram diversas obras de arte e objetos valiosos ao longo dos anos. Hoje, o Palais des Ducs, assim como o Louvre, é um palácio-museu. O Musée des Beaux-Arts está localizado na ala leste e abriga diversas coleções artísticas do mundo inteiro.
A visita ao museu é gratuita, mas, caso queira um guia ou áudio-guia, é necessário pagar uma taxa. O local abre todos os dias, exceto às terças-feiras. Durante junho, julho, agosto e setembro, o funcionamento é das 10h às 18h30, e de outubro a maio, das 9h30 às 18h.
Beaune
O antiga cidadela de Beaune é a capital do vinho da Borgonha. Para os amantes do enoturismo, esse lugar é o paraíso. A charmosa e pequenina Beaune fica rodeada por muralhas, que à noite proporcionam um belíssimo show de luzes, e todos seus locais de interesse são de fácil acesso, provando que se engana quem pensa que o interior da França não é um ótimo lugar para visitar.
O Hôtel Dieu – Hospices de Beaune foi um importante hospital de caridade criado por Nicolas Rolin e sua esposa, Guigone de Salins, durante a Guerra dos Cem Anos e a assolação da Peste Negra no país. Rapidamente a fama do lugar se espalhou e ficou conhecido como o “palácio dos pobres”. Mas não parou por aí: os que detinham poder também reconheceram sua importância, e foi assim que a primeira doação chegou para ajudar – uma plantação de videiras.
A contribuição em videiras acabou virando uma tradição com o passar dos anos, e a produção de vinhos se tornou um dos carros-chefes para ajudar no tratamento dos enfermos.
Em 1970, o Hospices de Beaune parou de atender, e hoje funciona como um museu, que está aberto para visitação. Não deixe de admirar a belíssima arquitetura com telhas coloridas, que fazem parte do estilo gótico flamboyant, muito típico na região da Borgonha.
Além disso, a propriedade conta com cerca de 60 hectares de vinhedos, onde são plantadas uvas chardonnay e pinot noir. Anualmente, no mês de novembro, um leilão beneficente é feito com os vinhos produzidos no local. As arrecadações vão para o novo hospital e ajudam a preservar o Hospices de Beaune.
O Hospices de Beaune abre todos os dias, das 9h às 18h30. Os ingressos custam 7,50 euros para adultos e 5,50 euros para estudantes. Jovens de 10 a 18 anos pagam 3 euros e menores de 10 entram gratuitamente. Há áudio-guias em português.
Vinhos e mais vinhos em um único lugar? A resposta é o Museu de Vinho da Borgonha, que também fica em Beaune. Os enófilos e pessoas que querem se aprofundar no assunto podem saber um pouco mais sobre a história e produção local, além de conferir diversos registros sobre a criação dos vinhos, ferramentas utilizadas e as peculiaridades dos vinhos de cada região francesa.
Até setembro, o museu abre de quarta a segunda-feira, das 10h às 13h, e das 14h às 18h. Entre outubro e novembro, o funcionamento é de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 17h. Os valores dos ingressos são de 4,80 euros para adultos, 3,80 euros para estudantes e gratuito para crianças até 11 anos.
A igreja basílica colegiada é um dos edifícios mais importantes da cidade de Beaune, com sua arquitetura românica e gótica, cuja construção data do século XII. O local abriga uma coleção de tapeçarias Tournai do século XV. A igreja fica aberta todos os dias, das 9h às 19h.
Os festivais que acontecem nas cidadezinhas interioranas são lindos e cheios de atrativos que conseguem agradar a todos. Em Beaune, a situação não é diferente! Durante os meses de junho a setembro, acontece o Lumières à Beaune, um espetáculo fantástico de projeção de luzes nos sete monumentos principais da cidade: o Hôtel Dieu, o Museu do Vinho, a Collégiale Notre Dame Church, a Capela de Saint Stephe, o Campanário, a Porta Maria de Borgonha e o Rempart des Dames.
Todas as cenografias projetadas são baseadas nas histórias locais, e duram de três a cinco minutos. E é possível fazer um tour pela cidade à noite, enquanto admira o festival.
E que tal conhecer Beaune de balão? Nesse passeio, é possível ver toda a cidade e os belíssimos vinhedos que a rodeiam. Os preços podem variar de 158 a 414 euros.
Outra opção para conhecer a cidade é com o Visio Train. O tour dura cerca de 40 minutos e passa por pontos como o Hospices de Beaune, a Notre-Dame, o Campanário, as estátuas de Gaspard Monge e Jules Marey, a Praça dos Leões e a Ponte dos Gansos, a casa de Colombier e o vinhedo.
O passeio custa 7,50 euros para adultos e 4,50 euros para crianças de três a 12 anos. Os bilhetes podem ser adquiridos na scooter da Vision Train que fica na rua do Hôtel Dieu, de frente para o Hospices. Os passeios acontecem a partir das 9h e vão até às 18h.
Montbardois
Montbardois, ou Montbard, é uma comuna francesa do departamento de Côte-d’Or, conhecida principalmente pela famosa Abadia de Fontenay, mas que oferece outros atrativos que valem a visita.
O passeio começa pelo Parque Buffon, que fica na orla da cidade. Foi construído por Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon, um matemático, escritor e naturalista francês que influenciou nomes como Lamarck e Darwin. Sua importância não para por aí, já que seus feitos deixaram um impacto significativo na região que são valorizados até hoje.
O extenso parque oferece um cenário natural agradável e é bem preservado. Além disso, possui em seu entorno diversos monumentos e edifícios históricos, como a torre de l’Aubespin, de onde é possível contemplar uma belíssima visão panorâmica da cidade, a pequena clínica onde Buffon realizava seus projetos e a Orangerie, onde está o museu, rotulado como “Casa do Ilustre”.
O lugar é dedicado ao Conde de Buffon e ao pioneiro nos campos da anatomia e paleontologia, o naturalista Louis Jean-Marie Daubenton. O museu oferece uma experiência única através da ciência.
As visitas guiadas ao parque acontecem de quarta-feira a domingo, às 11h, 14h horas e 16h30 de abril a setembro, com valor de 5 euros para adultos, 4 euros para estudantes e gratuito para menores de 18 anos e pessoas com mobilidade reduzida. Segunda-feira às 15h, em julho e agosto, os valores são de 7 euros para adultos e 6 euros para grupos e estudantes.
O tour guiado tem saída a partir do Museu de Buffon, que abre diariamente (exceto às terças-feiras), das 10h às 12h e das 14h às 18h, de abril a setembro. De outubro a março, o funcionamento é de quarta a sexta, das 14h às 17h. Sábados e domingos, das 10h às 12h e das 14h às 17h.
A Abadia de Fontenay fica a cerca de 6 km a leste de Montbard. Foi fundada em 1118 por Bernardo de Clairvaux, um dos santos mais importantes no país, e foi um monastério para os monges da Ordem de Cister. É um dos lugares mais míticos da França, que continua muito bem preservado e impressiona com seu conjunto arquitetônico que se estende por mais de 1.200 hectares de terra.
Reconhecida como um dos monumentos históricos da França em 1862, a abadia foi declarada como parte do Patrimônio Mundial pela UNESCO, em 1981, e está aberto para os visitantes com entrada franca.
BORDEAUX
Localizada no departamento da Gironda, na região de Nova Aquitânia, Bordeaux é a porta de entrada para as mais belíssimas e prestigiadas vinícolas da França.
A quase 600 km de Paris, a cidadezinha rural, que por muito tempo foi chamada de “La belle endormie” (A bela adormecida), hoje também é um destino animado e cheio de vida, pronto para encantar seus visitantes.
Saint-Émilion
O pequenino vilarejo medieval de Saint-Émilion é rico em histórias, ruelas de pedras e muitos vinhedos. Considerado Patrimônio Mundial da Humanidade, foi a primeira paisagem vinícola do mundo a ser inscrita na lista da UNESCO. Além disso, a região também é famosa devido aos macarons, o doce típico que foi inventado pelas Irmãs Ursulinas em 1620.
A Igreja Monolítica de Saint-Émilion é uma das atrações mais surpreendentes da cidade. A impressionante edificação é de tirar o fôlego, principalmente por ser uma das maiores igrejas da Europa e ter sido totalmente construída em uma só rocha – apenas a torre do sino foi adicionada posteriormente.
A comuna ainda abriga diversos passeios pelo subterrâneo, onde é possível descobrir um pouco mais sobre a vida do monge beneditino Émilion, que batizou a cidade no século VIII.
Saint-Pierre
É o coração histórico de Bordeaux. O bairro de Saint Pierre abriga os mais diversos conjuntos arquitetônicos. A Pont de Pierre, por exemplo, é a ponte mais antiga da cidade, que data de meados de 1820.
São 500 metros de extensão que ficam sobre o belíssimo Rio Garone, que cruza a cidade. À noite, é possível ver como Bordeaux fica iluminada pelas luzes, enquanto caminha pela ponte.
La Cité du Vin
“A Cidade do Vinho” é na verdade o paraíso dos enófilos. O enorme edifício projetado por Anouk Legendre e Nicolas Desmazières se assemelha à forma que o vinho balança assim que é despejado na taça.
O gigantesco museu tem como propósito mostrar o vinho através de diversas culturas ao longo dos anos e ao redor do mundo. São várias exposições e muito material interativo, com espaços temáticos e didáticos, com direito a degustação de uma taça de vinho escolhida pelo próprio visitante.
Horário de funcionamento em 2018: até 02 de setembro, aberto diariamente das 10h às 19h. De 03 de setembro a 31 de dezembro, nos dias de semana, exceto feriados: aberto todos os dias das 10h às 18h. No mesmo período, aos finais de semana, feriados e férias escolares: aberto diariamente das 10h às 19h.
Place de la Bourse
Cartão-postal e símbolo de Bordeaux, a Place de la Bourse fica defronte o Rio Garone e, além dos belíssimos conjuntos arquitetônicos que o cercam, como as fontes com querubins e o palácio, o que mais encanta no lugar é o “Espelho de Água”, ou “Miroir d’Eau”.
O lago raso que fica no meio da praça foi inaugurado em 2006 e é um dos Patrimônios Contemporâneos da Humanidade. São 2 cm de água sobre o piso de granito, o que reflete os prédios ao redor e ainda cria um efeito de névoa de até 2 metros de altura.
Desde a inauguração, o gigantesco espelho d’água – o maior do mundo – atrai diversos turistas e também moradores que desejam ver o espetáculo criado e que querem se refrescar durante os dias de calor no verão. À noite, o reflexo do palácio, juntamente com as luzes, deixa o lugar mágico e romântico.
City Pass
Para conhecer Bordeaux, o visitante pode optar pela opção do City Pass, um ticket que dá acesso a uma quantidade de atrações pelo tempo que o turista for ficar na cidade – 24h, 48h ou 72h –, com direito a entrada em mais de 20 monumentos e acesso ilimitado ao transporte público (ônibus, bonde e balsa fluvial) e a passeios turísticos guiados, sejam eles de ônibus, trem turístico ou a pé.
CHAMPAGNE
A província histórica de Champagne fica a apenas 150 km de Paris e é o destino certo para quem quer saborear o verdadeiro champanhe.
Além de ter sido palco de grandes batalhas da história francesa, como a de Valmy e Marne, é nessa região que foi desenvolvido o vinho espumante tão conhecido mundo afora.
Reims
A principal cidade de Champagne, Reims, tem um rico centro histórico e conjuntos arquitetônicos de tirar o fôlego. Por exemplo, a Catedral de Notre Dame de Reims, um edifício de mais de 800 anos, em estilo gótico, é aquele tipo de lugar que você não consegue desviar o olhar. Juntamente com a Catedral de Chartres, ambas compõem a dupla de catedrais góticas mais importantes da França.
A Notre Dame de Reims é o edifício religioso que possui a maior quantidade de estátuas – são mais de 2.300. A mais importante é a do Anjo Risonho, que é o símbolo de cidade. Além disso, a catedral foi palco de diversas coroações de reis, e Reims acabou se tornando a “cidade dos reis”, pois também era o local onde os monarcas assumiam o trono da França.
Bem próximo à Catedral fica o Palácio de Tau, que serviu de residência para os arcebispos de Reims. Em 1972, o Palácio de Tau foi transformado no museu nacional “Musée de l’OEuvre”, que possui diversas esculturas e tapeçarias que eram da catedral e, em duas câmaras, o Tesouro – relicários e objetos que eram utilizados nas consagrações dos reis da França. Até o dia 08 de setembro, o local estará aberto todos os dias, exceto às segundas-feiras.
Épernay
Localizada a cerca de 30 km de Reims, a pequenina Épernay é conhecida mundialmente como a Capital do Champagne. Não à toa, pois é lá que se encontram as caves de vinícolas famosas como Möet & Chandon, Mercier, Perrier Jouët e Comtesse Lafond.
Grande parte das sedes dessas produtoras de champanhe ficam situadas na Avenue de Champagne que, por sinal, é a principal rua da cidade. Todos as maisons citados acima, e muitos outros, podem ser encontrados ali, o que torna a visita de muito fácil acesso. A avenida inteira é rodeada por casarões antigos que datam séculos passados. Vale a pena chegar algum tempinho antes do horário para tirar várias fotos, já que o cenário é realmente incrível.
Como são muitas maisons, e algumas delas não abrem para visitação – como a Perrier Jouët, que oferece apenas tour virtual – o turista deve selecionar as que tem mais curiosidade em conhecer ou as que mais chame a atenção, de acordo com quantos dias vai ficar nessa região, já que são cerca de 28 km de caves para poder ver.
Em geral, as visitas são guiadas e os turista pode conhecer a história da vinícola, os meios de produção – em alguns casos é possível ver a fábrica e os procedimentos acontecendo, e até mesmo as vinhas – e claro, degustar do melhor champanhe daquela cave. Alguns locais servem petiscos para harmonizar com a bebida.
No entanto, a cave mais visitada e disputada com certeza é a de Möet & Chandon. A casa que foi fundada em 1743, por Claude Möet, que era de uma família de produtores de vinho, e decidiu investir no então “vinho borbulhante”.
A maison até hoje gosta de se apresentar como a “histórica Möet & Chandon”, e tem três tipos de tours, o Tradicional, que visita as adegas e oferece degustação do champanhe Möet Imperial; o Tour Imperial, onde é possível experimentar dois tipos de champanhes, o Imperial e o Rosé; e por último o Tour Grand Vintage, um dos mais vendidos e apreciados da marca, que leva um longo tempo para sua maturação. O tasting fica por conta do Grand Vintage e o Grand Vintage Rosé. A entrada de cada tour custa £40, £30 e £25 respectivamente, para adultos, £10 para jovens até 17 e é gratuita para menores de 10 anos.
Todos as visitas duram 1h30 e podem ser agendadas pelo site oficial da marca, é só selecionar o tour desejado, a data e o horário e a melhor forma de pagamento.
Outra maison muito visitada é a Mercier. Apesar da marca datar fundação em 1858, o início das construções das caves de Épernay foram apenas em 1871, e levou cerca de seis anos para os 18 km túneis subterrâneos ficarem prontos. É lá que as visitas acontecem, a 30 metros abaixo do solo.
Existem quatro tipos de tours: O Tour do Fundador, que possui auto-guia em vários idiomas, inclusive no português. Dura cerca de uma hora junto com a degustação, e custa £18 para adultos e £8 para jovens até 17; O tour “A Contre-Courant”, leva o visitante através de um trenzinho para conhecer um pouco mais sobre a história e produção da adega, seguido de degustação de três tipos de champanhe, Brut Mercier, Blanc de Noirs Mercier e Eugene Mercier. Tem durabilidade de 1h15 e a entrada custa £22 para adultos e £8 para jovens até 17 anos.
O Miss Mercier Tour também é auto-guiado e o tasting é dos champanhes de Brut Mercier e Rosé Mercier, saindo £22 para adultos e £8 para jovens até 17 anos. Por último, o tour Golden Bubbles, é o que tem mais tempo de duração, cerca de 1h30, e o visitante pode provar Brut, Brut Rosé and Réserve. A entrada custa £25 para adultos e £8 para jovens até 17 anos.
Gastronomia
Além do refinamento encontrado nos vinhos e champanhes produzidos na região, Champagne oferece uma diversidade gastronômica de dar água na boca. O presunto de Reims é uma das especialidades locais, que leva noz-moscada, salsinha e échalotes, dando um toque único e especial. Ainda é possível experimentar outras tantas iguarias, como chocolates, trufas, queijos e mostardas.
ROTAS DOS VINHOS, CHAMPANHES E ESPUMANTES
Em cada destino, as rotas turísticas do mundo dos vinhos mudam de acordo com a temporada, a temática, a duração e a cidade. Mas, geralmente, os serviços e rotas são feitos pelos postos de turismo oficiais de cada lugar.
Na Borgonha, o circuito é conhecido como a “Route des Grands Crus”. O “Grand Cru” é uma denominação de origem controlada dos melhores vinhos produzidos em vilarejos como Côte de Beaune e Côte de Nuits.
O roteiro atravessa o eixo norte-sul da Borgonha e passa por 38 vilarejos vinícolas, entre Dijon e Santenay, ao longo de mais de 60 km de extensão. Essa rota é tão importante para os franceses que foi carinhosamente apelidada de a “Champs Elysées da Borgonha”.
A grande queridinha dos produtores da região é a famosa uva pinot noir. Por ser uma fruta delicada, não é em todo tipo de campo que ela costuma crescer e se adapta principalmente a lugares mais frios, apesar de ser uma das variedades mais conhecidas pelos brasileiros.
Enquanto estiver na Borgonha, você dificilmente irá encontrar algum vinho com o título de pinot noir no rótulo – isso se deve ao fato de que a uva é oficial na região, então quase todos os vinhos tintos desse local estarão nomeados apenas como Bourgogne, que é um pinot noir.
Em Bordeaux, se concentra a maior quantidade de produtores de vinhos e vinícolas no país, que recebem o nome de Châteaux. A produção das vinícolas é bem diversificada, mas o vinho tinto é o produto principal. Os mais produzidos são feitos a partir das uvas merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc. Grandes marcas não podem deixar de serem citadas, como a Haut-Brion, Latour, Margaux, Mouton-Rothschild e Pétrus.
Entre as rotas de Bordeaux, algumas das opções, por exemplo, são as visitas aos châteaux, com direito a degustação. Alguns desses circuitos são feitos especificamente em “vinhas classificadas”, como a “Médoc 1855” ou “Vinhas classificadas de Margaux”. Ainda há a possibilidade de visitar as vinhas de barco ou de bicicleta.
Antes de se aventurar pelos vinhedos de Champagne, é necessário entender a diferença entre o champanhe e o espumante. O champanhe é um vinho espumante branco ou rosé, produzido apenas na região francesa de Champagne, feito seguindo normas e regras estabelecidas pelo local e obrigatoriamente à base das uvas chardonnay, pinot noir ou pinot meunier.
Todo champanhe é um espumante, porém nem todo espumante será um champanhe, já que a fermentação dos espumantes pode passar por processos diferentes. Existem também diversos lugares ao redor do mundo que praticam a mesma produção da bebida, mas não podem ser chamados de champanhe – esse título vale apenas para os rótulos provenientes da região de Champagne.
Uma das produtoras de champanhe mais importantes fica em Reims – é a G.H. Mumm, que fornece os champanhes para os campeões da Fórmula 1. Outra tão importante quanto é a Veuve Clicquot, que oferece um tour para saber mais sobre a vida de Madame Clicquot, uma das mulheres mais importantes para a história do vinho, responsável pela fama do champanhe Veuve Clicquot. Madame Clicquot inovou nos designs dos vinhos, soube diferenciar-se dos outros produtores e fez com que seu produto fosse objeto de desejo de muitos.
Como Chegar
A Air France e a LATAM fazem voos diretos para Paris. De lá, é possível chegar até as regiões de trem, ônibus ou carro.
A Azul, em parceria com a companhia francesa Aigle Azur, também está operando entre o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, até Paris. Outra opção interessante é a Royal Air Maroc, que conta com com voos de São Paulo ou Rio de Janeiro para CasaBlanca e, de lá, para Bordeaux. Podendo ficar até 7
Onde comer
Borgonha
Louiseu des Vignes – www.bernard-loiseau.com/fr
Bordeaux
Blisss – www.blisss.restaurant
Champagne
Hôtel d’Anglaterre – www.hotel-dangleterre.fr
Onde ficar
BORGONHA
Hôtel Adélie – hoteladelie.com
Chateau de Citeaux La Cueillette – lacueillette.com/en/
La Maison d’Olivier Leflaive – olivier-leflaive.com/en/hotel/room/
Chateau de Challenges – chateaudechallanges.hotelnet.biz
BORDEAUX
Le Burdigala – burdigala.com/en/
Stars Bordeaux Gare Saint Jean – starshotels.fr/hotels/stars-bordeaux-gare/
All Suites Bordeaux Lac-Parc des Expositions – www.allsuites-apparthotel.com/residences-hotelieres/all-suites-appart-hotel-bordeaux-lac
CHAMPAGNE
Le Clos du Mont d’Hor – Saint-Thierry
Les Crayeres – lescrayeres.com
Royal Champagne – royalchampagne.com/fr
Texto por Carolina Berlato
Imagem Destacada via iStock/ Rostislavv