Uma cidade que ainda respira uma das principais batalhas da história do mundo. Outra que foi disputada por impérios e países europeus desde que foi fundada e uma terceira que, ao contrário, recebe cada vez mais influências do Ocidente. Faltando pouco menos de seis meses para a Copa do Mundo da Rússia, as sedes do torneio – tirando Moscou e São Petersburgo – ainda são desconhecidas pela maioria dos turistas estrangeiros.
No Brasil, algumas agências de viagem e companhias já começaram a notar um aumento na procura por passagens aéreas para a Rússia durante o Mundial. O governo russo, por sua vez, garante já estar preparado: a expectativa é que 1 milhão de visitantes desembarquem nas 11 sedes do Mundial em julho – a maioria oriunda da Europa Ocidental.
Para ajudar os brasileiros que desejam conhecer o país durante o evento, Qual Viagem preparou um roteiro com três cidades-sedes da Copa que não estão sempre nas rotas dos visitantes da Rússia.
Volgogrado
Ainda que o nome não remeta ao passado, Volgogrado é uma cidade não tão desconhecida para a maioria das pessoas: até 1961 era chamada de Stalingrado em homenagem ao líder da União Soviética entre 1922 e 1953. Com esse batismo, foi palco de um dos episódios mais famosos da história do planeta: a frustrada tentativa de invasão da URSS pelos nazistas alemães em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.
Mudada para Volgogrado desde 1961, a cidade ainda respira o conflito do batismo antigo. É nela que está construída a Necrópole Memorial do Mamáiev Kurgán, um dos principais cartões-postais do país erguido sobre a colina de mesmo nome que permite uma visão panorâmica de toda a cidade e ainda guarda os restos mortais do general Vassili Chuikov, que lutou na Batalha de Stalingrado.
O memorial ainda possui a estátua da Mãe Pátria, que já foi o maior monumento do mundo à época de sua construção e hoje é o maior da Europa – além de ser a maior estátua de uma mulher no mundo, com 85 metros. Outras semelhantes foram construídas em cidades do país e dos satélites soviéticos, como a de Kiev, na Ucrânia, também famosa.
Volgogrado também tem um museu do conflito que durou cerca de um ano: o Museu Panorâmico da Batalha de Stalingrado, elogiado internacionalmente pelos objetos que contam a história da resistência soviética às forças nazistas e pelas obras de arte que guarda, como as réplicas das famosas esculturas de Rodin, “O Beijo” e “A Fidelidade”, entregues à cidade por Lady Vestmakott em 1945, assim como a espada do rei britânico George 6º, oferecida à Stalingrado logo após a batalha, em 1943.
Kaliningrado
Oblast (o referente russo para província ou estado) fora do território russo, entre a Lituânia e a Polônia, a capital de mesmo nome fica nas margens do Mar Báltico, localização que sempre lhe custou caro: durante toda sua história esteve ocupada por diversos impérios: dos prussianos durante os séculos XVIII e XII, passando para as mãos de alemães da República de Weimar no começo do século XX, dos nazistas por um curto período pré-guerra e, após o conflito mundial, parte da URSS.
Essas mudanças fizeram com que Kaliningrado tivesse influências diversas: à época da dominação prussiana, era chamada pelo nome alemão de Königsberg, mas os ataques britânicos em 1944 fizeram a cidade ficar praticamente vazia. No ano seguinte, foi atrelada aos soviéticos em um acordo do qual participaram os Estados Unidos e a Inglaterra.
As influências estão marcadas na cidade, que possui uma muralha cuja construção foi ordenada pelo rei prussiano Frederic Willian IV (1795-1861) para protegê-la das invasões, uma gigantesca estação de trem construída na época da ocupação alemã, com piso original de mármore e imensos lustres folheados a ouro, e catedrais da Igreja Ortodoxa Russa.
O principal ponto turístico da cidade, aliás, é uma catedral: a Sagrada Família de Kaliningrado, construída no início do século XX com influências dos estilos gótico e romanesco. Na sua nave principal está o órgão de tubo fabricado pela companhia tcheca “Rieger Kloss”, usado frequentemente em recitais das orquestras russas.
Rostov-on-Don
Conhecida como a cidade dos cinco mares (está próxima do Mar Azov, do Negro, do Cáspio, do Báltico e do Branco), além de estar às margens do Rio Don, um dos maiores do sul russo, Rostov-on-Don é uma das cidades mais ocidentalizadas do país, com bares, cafés, restaurantes, parques de diversão, shoppings e lojas.
O rio é uma presença tão forte na cultura da cidade que praticamente toda a vida comum acontece ao redor dele: da avenida principal, a linha dos bares até o próprio estádio da Copa do Mundo, a Arena Rostov, construído às margens do Don e cujas arquibancadas têm o seu mesmo tom de azul.
Os principais locais de visitação de Rostov-on-Don são a rua Pushkin, homenagem ao poeta Alexander Sergueievitch Pushkin e que permanece florida nas estações quentes, quando os turistas vão à cidade fazer comprar, vivenciar a cultura dos museus, cafés e restaurantes ou curtir as praias do rio, e a Catedral de Rostov, construída pela Igreja Ortodoxa Russa em 1854.
Texto por: Agência com edição
Foto destaque por IStock/ aleks0649